sexta-feira, 20 de março de 2009

A alga que queria ser couve

Não me sinto algo
Sou alga.

Desejo ser couve
Mas ninguem me ouve

Estou farto da rega continua
Quero asperção
Ou gota a gota
Quero liberdade de expressão

Não me sinto algo
Sou alga,
E queria ser couve!

terça-feira, 3 de março de 2009

O Bebé de Rosemary (Sou Eu)

"Minha morte seria um descanso eterno... pois não creio no paraíso nem no inferno...”

A figura de uma grávida adopta uma figura
Enorme
Mal cabe no quarto a grávida que engravida do Homem

Já eu, tenho imposições diferentes
Não me envolvo com qualquer um
Prefiro Lúcifer a qualquer um

Cópula não é diversão
É um plano

Não quero morrer nova
Pretendo deixar a minha semente no mundo terreno

Não creio na bipolaridade do andar de cima
Não acredito, não consigo acreditar
Se Deus existe e me quer matar
Que seja feita a sua vontade, lá tomarei o seu lugar

Rosemary!
Rosemary!
Rosemary!

Segredo, é um plano!

Provas da Minha Existência

"Não só a minha roupa é negra... mas a minha alma também..."

Nunca sei o que dizer quando sou confrontada
Olhem para mim: sou isto

Vísceras do inferno a trepar
por um caldeirão

Fetiche Nupcial: Ida Ao Meu Abismo

"Ser gótico é encontrar e cultivar em si a essência que tende à solidão, ao nocturno sombrio."

Choro de vez em quando
De vez em quando, gasto-me e recolho-me
Não tenho mãe ou pai a quem chorar
Tenho frio no frio mais tenebroso do Inverno
É a minha estação preferida o Inverno
Faz-me lembrar filmes que via com as minhas primas
Agora Mortas
Antes felizes, sorriam tanto as minhas ex-primas mortas
Víamos filmes negros e não chorávamos

Ríamos com as adversidades das personagens

Por isso tornei-me como sou
Culta e cultivada
Uma refugiada da solidão
Com todos os meus amigos mais fortes
No meu coração

Divórcio das Lágrimas

"Se nao vens falar comigo porque estou vestida de preto então ... fuck you mother fucker \m/óó\m/”

Se me vestisse de branco seria a perfeição
Se me vestisse de amarelo brilharia como o sol
Se me vestisse de azul seria água num lindo rio
Se me vestisse de roxo seria bela bela bela

Se me vestisse com uma porção dessas cores
Seria um arco-íris

Negro

Peço Suavização Dos Polígonos

“Amo o goticismo... não tenho receio de o dizer.... não tenho receio do que os outros possam pensar.... simplesmente sou diferente.... e os outros têm de respeitar...”


Parabéns ao meu turista cadáver
Exibe-se no candelabro negro um perfume venenoso
Negro e dramático

O que os outros pensam é patético
Viagens de montanha russa na Suécia espacial
Sou irónica na minha louca odisseia

Deus! Pára o meu sofrimento!
Pára! Pára, ja disse!
Porque me fazes sofrer?
Olha para mim: eu sofro

Sou diferente, não me castigues por isso
Sou diferente dos diferentes
Quando estou com os diferentes sinto-me igual...
A ninguém

Aceita a individualidade do meu Ser

Eu Sou

"A minha vida... a minha maldição....”


A minha boneca raptada
A minha fatia de sombras
Queixume de menina
Com vida de rua

Dói-me o coração nesta existência
de gargalhadas
com um punhal
pelo meio

Iniciação

“Tu não precisas de ser iniciado num ritual de magia negra, transformar-te num vampiro ou beber sangue de animais para fazer amizade com um gótico... infelizmente ainda existem muitas pessoas com essa mentalidade.”

Que razões precisas de ter?
Há magia?
Talvez na banheira
Cheia de sangue de animais alheios

Morte no sofá elegantemente decorado

Serei vampiro se vejo filmes com temáticas duvidosas?
Os meus pais aceitam o meu estilo de vida
Porque não tu?
Bob Geldof chamou à filha Panqueca
Mas quem és tu?

Assassino sem balas
Magoas-me com as palavras
Chamam-me Iniciador
Pequeno manipulador
Bebe o meu fluido e seremos felizes

Para Sempre

“A escuridão é uma benção! Temos de lhe saber tirar partido... Observá-la Escutá-la Cheirá-la Senti-la e Vivê-la”

No museu já longe o sol se deitou
Já longe a almofada se emprega na cama

Cindy Lauper de negro deve ficar sensual
Agora
Não há 20 anos
Há 20 anos era estranha
Mas a melodia ecoa no joelho

Amor desaparecido há muitos anos atrás
Uma vez e outra

Escuridão, total benção
O poder de reviver os anos 80 em mentes electro pop
Eléctrodos demenciais
Frágeis como gotas de chuva
E assim tão puras


Observo-te
Escuto-te
Cheiro-te
Sinto-te
Vivo-te

E aproveito-te

Silêncio Não é só na Biblioteca

Eu não posso gritar muito porque a minha garganta está ligeiramente inflamada

Hoje Vejo Morrissey Na Minha Televisão Emprestada

Um coro de orcas mortas grita miau e fico confuso
Não consigo descodificar o que não entendo
Neste caso não entendo nem quero entender

Será que alguma vez podemos entender o que não se pode entender?
Pergunto-te, anjo da meia noite